no
amor, cabe a insubordinação
dos
venenos soltos pelos ares
do
banho proibido
até
do beijo perdido
do
exagero, como regra
sem
remédio ou veneno
cabe
o sussurro no ouvido
a
pimenta aquecida
na
noite fria, quente
no
medo da tempestade
no
amor, cabe a dor
a
separação interminável
o
adeus não desejado
o
raio da existência inexplicável
no
amor, cabe o mundo
seu
tramas, dilemas
os
suores esquecidos
os
soares que enaltecem
cabe
a infidelidade
a
sacanagem
o
furor
no
amor, cabe lealdade
o
pedido, o por favor
cabe
a liberdade do corpo que é só seu
no
amor, cabe a sensação do dia cansado
ou
o dia, terno, docemente envergonhado
a
timidez da fala guardada
a
fugaz frente da voz sem entrada
os
dias sem rotação que aquece o orgasmo sem fim
no
amor, cabe os corpos distantes, magoados
os
reencontros sem tempo, nem hora
os
sorrisos dos vinhos baratos
ou
o Porto com queijos curados
cabe
a bandeira surrada
a
comida salgada
a
conversa intelectualizada
e
o silêncio da praia esquecida
ou
da casa abandonada
Cláudio
de Souza Mendonça
09
de fevereiro de 2016
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