terça-feira, 29 de setembro de 2009

Do nascimento à vida

desde o nascimento, quando tudo é uma descoberta,
a vida é uma estranha senhora
e as senhoras vão cuidar de seus jardins
com flores vermelhas escuras
e as flores vermelhas escuras vão perfumar
com suas fragrâncias despertadoras
que despertam corações desorientados
escondidas atrás de muros de longínquas estradas
para que o misterioso não continue onde está
e o nascimento surja como o esplendor do renascer
perante vida que não volta mais
diante de mortes que são finais
sentimentos resistem mesmo quase terminais
a vida não pede licença para existir
nem um palmo a menos
nem uma légua se desfaz
segue firme como sempre
com a sensação daquelas corajosas senhoras
que regam os jardins de flores vermelhas escuras
como a mãe de Pavel
como nossa mãe
como a mãe da vida


Cláudio de Souza Mendonça
20.02.2008

2 comentários:

  1. "(...) e o nascimento surja como o esplendor do renascer"
    E só renasce para uma nova vida (luz) quem tem a capacidade de morrer para a velha vida (trevas).
    Parabéns meu querido pelas poesias e pela capacidade de partilhar com os outros os teus sentimentos em forma de letras.

    Christopher

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  2. obrigado mano... seria doloroso ter algo a falar e se limitar a guardar no bolso...
    é a forma que se tem, entre tantas, de contribuir, através dos versos em movimento, com a construção do mundo que querenos...
    Bjos e abraços mano

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