sábado, 19 de novembro de 2011
O enterro
há uma sensação estranha em meu peito
ocorre aqui a saudade?
tudo visto na minha frente
anda em câmera-lenta
devagar teima em prosseguir
como se não fosse chegar lá
tenho a entender
este meu momento-dia-hora
parecido como qualquer um
vai seguindo com passos lentos
quase dormindo
diferente do sono eterno
dos que nunca vão se levantar
pode ser o cansaço
de viver?
não!
apenas físico
estafamento anunciado
dessas jornadas, compromissos, ordens...
seria este dia apenas um soluçar
de uma voz escondida
ela há de sair
explicar tudo
o peito apertado
a saudade
os sonhos
quase durmo acordado
refazendo tudo
lembrando do que poderíamos ter feito juntos
hoje já não se pode mais
nunca mais
nunca mesmo
13.09.2007
Cláudio Mendonça
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